Criadas pela agência de publicidade Leo Burnett Tailor Made, as peças retratam comportamentos abusivos.

"Corta!" – Pacto de Responsabilidade Antiassédio no Audiovisual criado em 2017 pela APRO (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais) -, volta a chamar a atenção para a necessidade de uma mudança de comportamento na indústria audiovisual com a nova campanha de conscientização contra o assédio sexual criada pela agência de publicidade Leo Burnett Tailor Made. Visando somar esforços, também foi firmada recentemente uma parceria com o #MeTooBrasil.

Os filmes fazem uma analogia à produção de roteiros e retratam situações de comportamentos abusivos no audiovisual. "O problema existe e é uma responsabilidade de todos coibir esse tipo de atitude, independentemente do gênero. O Corta!, que é um pacto de conscientização contra o assédio na indústria do audiovisual, reforça a necessidade de uma mudança de comportamento e contempla todos os profissionais do mercado: tanto mulheres quanto homens podem ser vítimas.

O #MeTooBrasil chega para fazer o acolhimento de denúncias e o atendimento as vítimas. Apesar de terem atuações distintas, a parceria das duas iniciativas se complementa e fortalece o combate contra o assédio. A nova campanha provoca as pessoas a refletirem e a se engajarem nesse movimento", afirma Marianna Souza, presidente executiva da APRO e uma das lideranças do Corta!.

Formado por um grupo de advogadas especialistas no enfrentamento da violência baseada no gênero, o #MeTooBrasil chega ao país como um braço independente do movimento lançado nos Estados Unidos. Juntamente com o Projeto Justiceiras, pretende acolher as vítimas de violência sexual, dando visibilidade, apoio, orientação e suporte para meninas e mulheres que passam por situações abusivas.

"Essa parceria vem para somar, para mostrar às mulheres que elas não estão sozinhas e podem ter ajuda jurídica, psicológica e socioassistencial. O #MeTooBrasil tem o intuito de acolher as vítimas e, em sinergia com o Corta!, buscar um mercado audiovisual melhor e unido, vigilante no combate a comportamentos abusivos", completa Marina Ganzaroli.

Sobre a campanha

Criada pela agência Leo Burnett Tailor Made, a campanha traz três filmes baseados em histórias reais que, de tão surreais, parecem enredos de filmes de ficção com uma dose de suspense.

"Apartamento", "Hotel" e "Camarim" retratam situações de comportamentos abusivos que aconteceram em festas, eventos oficiais do mercado e até mesmo em um típico dia de trabalho dentro de um set de produção, com diretores, produtores, atores e outras pessoas do segmento de audiovisual.

A linha de comunicação intrínseca que amarra as mensagens destaca: "Isto não é um roteiro. Isto é uma história real. Isto precisa ter fim. CORTA!, um movimento contra o assédio na indústria do audiovisual". Para Pedro Prado, VP de Criação da Leo Burnett que participa do movimento desde seu início, com essa nova campanha, o projeto entra em uma nova fase. "Assim como o nome do movimento, CORTA!, que faz uma referência ao termo utilizado nos sets de filmagem para terminar uma cena, optamos por retratar situações fortes e verdadeiras que levem à reflexão e engajem na luta para dar um FIM, um basta no comportamento abusivo", explica.

O Dia D

Para lançar a campanha, a APRO mobilizou suas produtoras associadas e entidades do setor para fazer uma manifestação coletiva nas redes sociais. "Um movimento não se faz sozinho. Ele só existe se houver engajamento dos profissionais do mercado. Buscamos a parceria com todos os apoiadores do Corta! para que, juntos, promovêssemos um Dia D", resume Marianna Souza.

No dia 23 de setembro, produtoras, entidades, diretores, N atores e incontáveis profissionais do audiovisual se manifestaram por meio do Instagram e do Twitter para promover a conscientização dos abusos cometidos na indústria audiovisual. Posts, stories, histórias pessoais e o compartilhamento do filme figuraram nas redes sociais de todos os apoiadores do movimento. "Foi importante para elucidar quão incomodados estão a indústria e os profissionais. Não adianta fingir que o problema não existe nem pensar que ele vai acabar com uma campanha. Esse é um tema que exige ser frequentemente revisitado e promovido.

Precisamos estar sempre orientando. Não podemos baixar a guarda", comenta Marianna.

Entidades apoiadoras

Sob a liderança da APRO (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), assinam a iniciativa diversos outros atores da indústria audiovisual, tais como: BRAVI (Brasil Audiovisual Independente), SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo), SICAV (Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual), SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal), SATED-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo), ABRACI (Associação Brasileira de Cineastas), ABRAGAMES (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), ABRAMINA (Associação Brasileira de Empresas Produtoras de Animação), APACI (Associação Paulista de Cineastas), APROSOM (Associação Brasileira das Produtoras de Som), CONNE (Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste) e STIC (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo), além de representantes das principais lideranças do mercado e de produtoras.