Plataforma detecta que diferença salarial entre homens e mulheres pode chegar a 44,90%

Ao analisar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sobre profissões e salários, a área de Inteligência da plataforma Quero Bolsa detectou um resultado surpreendente: estudar mais melhora a renda de homens e mulheres, mas não garante a igualdade salarial entre ambos.

Na véspera do Dia Internacional da Mulher a notícia não é motivo de comemoração. Em 2018, segundo o mais recente dado do Caged, a renda média mensal dos trabalhadores contratados para funções com exigência de nível superior foi de R$ 3.756,84 para homens e R$ 2.592,65 para mulheres. Uma diferença de 44,90% a favor dos homens. Quando analisada a média salarial entre os gêneros de trabalhadores com até ensino médio completo, a diferença foi de 10,89%, com homens ganhando R$ 1.570,89 e mulheres com R$ 1.416,60 por mês.

Ingressar na faculdade, sem dúvida, ajuda homens e mulheres a aumentarem seus ganhos. Na prática, mais anos de estudo aumentou 139,15% a renda dos homens e 83,02% a das mulheres.

Mas a constatação é de que em todos os estados a média salarial dos homens é maior do que a das mulheres. As diferenças mais significativas foram registradas no Maranhão (33,30%), Sergipe (29,99%) e Bahia (29,37%), enquanto Roraima (4,74%), São Paulo (6,69%) e Pernambuco (11,45%) são as localidades onde homens e mulheres têm os salários mais próximos entre si.

Diferença salarial entre gêneros, por estado, dos trabalhadores com nível superior
Fonte: Quero Bolsa, com dados do Caged 2018

Estado Salário Médio Masculino Salário Médio Feminino Variação Percentual
Roraima R$2.015,12 R$1.923,95 4,74%
São Paulo R$3.919,43 R$3.673,74 6,69%
Pernambuco R$2.908,92 R$2.610,11 11,45%
Ceará R$2.881,87 R$2.561,67 12,50%
Paraíba R$2.229,65 R$1.945,06 14,63%
Amapá R$2.346,45 R$2.038,98 15,08%
Espírito Santo R$2.944,96 R$2.558,25 15,12%
Rio de Janeiro R$4.283,24 R$3.696,43 15,88%
Minas Gerais R$3.057,88 R$2.626,49 16,42%
Distrito Federal R$3.737,34 R$3.192,92 17,05%
Paraná R$3.043,61 R$2.592,55 17,40%
Rio Grande do Norte R$2.251,19 R$1.917,08 17,43%
Goiás R$2.852,64 R$2.407,97 18,47%
Alagoas R$2.821,73 R$2.355,29 19,80%
Acre R$2.296,81 R$1.885,72 21,80%
Santa Catarina R$3.180,49 R$2.578,29 23,36%
Mato Grosso do Sul R$2.818,66 R$2.284,46 23,38%
Rio Grande do Sul R$3.269,03 R$2.635,51 24,04%
Tocantins R$2.895,09 R$2.290,38 26,40%
Piauí R$2.225,59 R$1.758,13 26,59%
Pará R$3.174,41 R$2.497,41 27,11%
Mato Grosso R$3.097,19 R$2.414,93 28,25%
Rondônia R$2.506,31 R$1.941,20 29,11%
Amazonas R$3.487,63 R$2.697,69 29,28%
Bahia R$3.384,73 R$2.616,42 29,37%
Sergipe R$2.603,91 R$2.003,21 29,99%
Maranhão R$3.141,98 R$2.357,05 33,30%

Fonte: Quero Bolsa, com dados do Caged 2018

Os salários médios pagos a homens e mulheres e as respectivas diferenças percentuais entre eles podem ser consultados diretamente na plataforma Quero Bolsa, no Guia de Profissões e Salários. A nova funcionalidade do site foi desenvolvida para ajudar na tomada de decisão de estudantes de acordo com a média salarial da profissão que pretendem seguir organizada por estado, mas também se revelou uma importante fonte de informação para o público em geral.

Ao todo foram avaliados os salários médios pagos a homens e mulheres em 600 ocupações com contratações no País ao longo de 2018, segundo o Caged. Destas, apenas 90 apresentaram diferença superior a 5% favorável às mulheres. As ocupações onde mulheres ganham mais do que homens se concentram nas áreas de educação e saúde. Já os salários oferecidos aos homens foram pelo menos 5% maiores em 357 ocupações. Outras 153 profissões tiveram diferenças salariais inferiores a 5%, o que pode ser considerada igualdade salarial.

A diferença máxima a favor das mulheres foi de 68,97% para a ocupação Diretor de Instituição Educacional Pública, com 232 contratações de profissionais do sexo feminino e 62 do sexo masculino. Na outra ponta, a maior diferença salarial a favor dos homens foi de 182,58% para a ocupação Diretor de Redação (Jornalismo), com 35 contratações femininas e 41 masculinas.