Pedras no caminho
Elisa Leão A busca pelo autoconhecimento é uma jornada constante e diária que exige investimento pessoal. Parece simples decidir ser alguém melhor e agir com controle emocional, empatia e respeito ao próximo. Para muitas pessoas o simples fato de escolher pelo autodesenvolvimento já significam passos nessa direção. Para além de reflexões, essas pessoas conseguem efetivamente entrar numa dimensão de flexibilidade, o que não significa uma metamorfose radical, mas uma maior consciência do próprio ser e consequentemente o alcance de uma vida mais leve e de verdadeiras conexões com o próximo. As pedras no caminho podem significar aprendizados. É preciso desviar de alguma forma. Para outras pessoas, as pedras são grandes impedimentos que travam o caminho e inviabilizam a jornada. O "não" é palavra de ordem e muito mais conhecida que o "sim". Toda essa dificuldade pode ser em função de limitações causadas pela história de vida, por escolhas ao longo da vida, por predisposições genéticas, por aprendizados sociais, pela individualidade que favorece uma vivência em ciclos viciosos. É muito fácil assumir uma posição de vítima frente aos acontecimentos trágicos e fatalidades da vida. Ser vítima significa não ter responsabilidades, mas ter todos os motivos para acusar e culpar as outras pessoas. Ser vítima significa sempre reclamar, apontar erros, nunca precisar pedir desculpas, mas ao contrário, continuamente esperar por desculpas. Um mundo duro! Hostil! Inflexível! Certo ou errado! Oito ou oitenta! Talvez seja mais fácil ele ter razão. Então, vamos lá: Depois disso, avance e avante, lembrando de que pedras no caminho podem nos ensinar a saltar melhor e mais alto. Elisa Leãoé professora doutora de Psicologia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, psicóloga clínica e palestrante. |