Compra do Twitter por US $ 44 bilhões movimenta mercado financeiro
Preço de compra subiu 38% em relação ao início do mês, especialistas comentam o assunto
O início da semana foi agitado no mercado financeiro e nas redes sociais, o Twitter oficializou a venda da empresa por US $44 bilhões, cerca de R$ 215 bilhões para o empresário Elon Musk. Atualmente, Musk é o homem mais rico do mundo, de acordo com ranking da Bloomberg.
Algumas mudanças podem ser esperadas com a nova gestão, entre elas, o fechamento do capital da empresa, tweets com maior número de caracteres, liberação do código fonte do site para acompanhar como funciona o engajamento da plataforma e o fim da censura em posts considerados ofensivos ou agressivos, já que Musk acredita e defende a liberdade de expressão na rede social.
“Semanas atrás, Elon Musk se posicionou publicamente dizendo que havia se tornado o maior acionista com cerca de 10% das ações. O Twitter ofereceu um assento no Conselho de Diretores, o mercado acreditava que ele ia aceitar, ele acabou rejeitando e logo em seguida anunciou a oferta de compra da empresa completa”, explica Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance.
Segundo Nousi, neste primeiro momento a compra não faz tanto sentido para o mercado do ponto de vista econômico.
“O mercado está ruim, existe apreensão com o aumento das taxas de juros e o Twitter em si não é uma plataforma que dá lucros há muitos anos, embora os diretores e CEOs tentem reverter isso”, afirma Nousi.
Em contrapartida, algumas mudanças já foram evidenciadas no primeiro dia, uma delas é o preço de compra das ações da empresa.
“O preço de compra foi de US $54,20 por ação, o que representa um prêmio de 38% em relação à cotação do dia 1º de abril, um dia antes dele demonstrar o interesse de comprar a rede social”, afirma Rafael Marques, CEO da Philos Invest.
Para João Beck, economista e sócio da BRA, restam muitas dúvidas acerca de como será a gestão de Musk.
“Declarações recentes mostram que existem intenções de criar uma plataforma realmente livre e democrática. Mas é difícil saber o que isso significa para os acionistas. As ações sobem quase 10% em reação à aquisição, mas para atingir o objetivo de Musk, a monetização maior da plataforma deve ficar em segundo plano”, explica Beck.