Ritual de passagem dos calouros, o trote tem seus primeiros registros nas universidades europeias, tendo origem na Idade Média. Mas o aluno que passa anos da escola se dedicando a prova do vestibular para conseguir ingressar na faculdade, e seguir a tão sonhada carreira, muitas vezes é obrigado a submeter-se a situações humilhantes, como pintar o corpo, pedir esmola e ingerir alimentos e bebidas contra a sua vontade.

Segundo o psicólogo gaúcho, Fernando Elias José, a integração é importante, mas deve ser encontrada uma forma saudável para essa comemoração. “O Trote Solidário é apenas uma maneira de camuflar essa situação de violência, já que o estudante não deve ser forçado a praticar a solidariedade somente para se integrar aos outros alunos e sim voluntariamente”, afirma o especialista em provas, concursos e vestibulares.

Sob o riisco de serem taxados de caretas durante os próximos anos da faculdade, muitos estudantes participam do trote a contragosto e arcam com as consequencias físicas e psicológicas das brincadeiras mais violentas. “O ideal é acha uma forma de integração onde os alunos podem escolher participar ou não”, explica o psicólogo.

Fernando Elias José é psicólogo, mestre em Cognição Humana na PUCRS, especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental pela WP Centro de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, com Curso de Extensão em Psicoterapia Cognitiva na UFRGS. Ministra palestras e é membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas. Há doze anos dedica-se à pesquisa em Ciências Cognitivas e vem trabalhando com preparação para provas e concursos. Realiza também atividades como consultor comportamental em empresas