A escolha do Brasil para ser sede da Copa do Mundo Fifa de 2014 colocou o mercado brasileiro no centro das atenções do mundo da bola. Se os projetos de marketing das arenas para o torneio ainda não anunciaram patrocinadores e seguem patinando, os clubes já têm colhido frutos destes bons ventos que prometem soprar com mais força ainda até o mundial.

Segundo o levantamento da alemã Sport+Markt, especializada em análise, avaliação e consultoria de marketing esportivo, o patrocínio nas camisas dos times brasileiros é o terceiro maior do mundo em valor. Vale destacar que há três anos o Brasil não figurava nem entre os oito maiores mercados do futebol mundial neste quesito.

De acordo com a pesquisa, o lucro total dos clubes do Brasileirão em 2010 foi de 104,6 milhões, contra 128 milhões da liga inglesa (Premier League) e 118 milhões da alemã (Bundesliga). O Brasil aparece à frente de campeonatos badalados como o italiano (62 milhões), o francês (59 milhões) e o espanhol (57 milhões).

Ancorado pelo projeto de marketing que trouxe Ronaldo Fenômeno de volta ao Brasil, o Corinthians é o único clube brasileiro na lista dos cinco que mais lucraram, com receita de ? 22 milhões. O alvinegro está atrás apenas dos ingleses Manchester United e Liverpool (ambos com receita de 23,6 milhões) e do espanhol Real Madrid (23 milhões). Fecham a lista Bayern de Munique (também com 22 milhões) e Chelsea ( 16,3 milhões).

Para Cesar Gualdani, sócio-diretor da Sport+Markt Brasil, os principais fatores que motivaram o crescimento dos patrocínios no País foram o atual momento econômico, a descoberta da abrangência e impacto que o futebol causa no fã, e o retorno e manutenção de grandes jogadores nos clubes brasileiros. Além de Ronaldo, voltaram a jogar nos campos brasileiros nos últimos anos Adriano (que já rumou para o Roma), Roberto Carlos (Corinthians), Deco (Fluminense) e, recentemente, Ronaldinho Gaúcho (Flamengo) o que deve impulsionar as receitas do rubro-negro.

“Ainda temos muito a evoluir em termos de gestão e compreensão de que o patrocínio bem sucedido não tem como objetivo único a visibilidade e exposição. O bom patrocínio é aquele que se aproxima do fã, envolve e agrega valor às marcas tanto dos patrocinados como dos patrocinadores, gerando um ciclo virtuoso”, aponta Gualdani, destacando que o caminho para o Brasil chegar ao topo da lista ainda longo.