As redes sociais são ótimas ferramentas de comunicação e facilitam a vida em diversos aspectos, porém deve-se levar em conta também o que há de prejudicial nas relações em rede. Para ajudar nesse entendimento, psicoterapeuta elenca cinco pontos positivos e negativos dos sites de relacionamentos
Nos dias atuais, as diversas opções de sites de relacionamentos ocupam uma parte significativa do tempo das pessoas, principalmente dos mais jovens. Twitter, Facebook, Youtube, Google+ e Instagram são algumas das principais e também mais utilizadas no Brasil. Com elas é possível falar com uma pessoa no Japão e outra na Bahia, simultaneamente; compartilhar o que se está fazendo por meio de vídeos, fotos ou textos, em tempo real e tudo isso com interação total com os amigos. Ou seja, são ótimas ferramentas de comunicação e de entretenimento, agilizam e facilitam a nossa comunicação diária. Entretanto, na mesma proporção que têm pontos positivos, contam também com negativos, como, por exemplo, a sensação de solidão ou a dificuldade de superar a timidez.

O usuário deve ter em mente que não é ele que está a serviço das redes sociais, são elas que deve trabalhar a seu favor, para facilitar e agilizar a sua vida. O uso indiscriminado, sem se preocupar com os vícios de comportamento que elas podem oferecer é prejudicial. Entender o que esses sites têm a oferecer de positivo e quais são os aspectos negativos é o primeiro passo para estabelecer o seu um uso saudável. “É importante avaliar quais são os reais benefícios que elas oferecem. Até que ponto fazem bem? Dou muita importância para o que eu vejo e faço no ambiente virtual? Estou feliz com os relacionamentos que tenho em rede? Perguntas como essas provocam questionamentos internos importantes acerca de como a pessoa se relaciona nestes sites e quais são seus sentimentos em relação a sua vida em rede”, argumenta a psicoterapeuta Maura de Albanesi.

A possibilidade de compartilhar aquilo que se vive, em tempo real, é um dos chamarizes da internet, mais especificamente dos sites de relacionamento. Ao relacionar-se em rede, o usuário tem ao seu dispor inúmeras possibilidades, como a troca de experiência, o compartilhamento de informações, além da comunicação ágil e direta. Por outro lado, pode causar nas pessoas uma certa obrigatoriedade de ser feliz, já que existe uma espetacularização da felicidade. “O indivíduo não está num dia bom, está triste, abre o seu perfil e se depara com uma série de imagens, textos em que seus seguidores desfrutam e descrevem momentos felizes. Cria-se aí um cenário onde a sensação que se tem é da obrigação de ser feliz, como se naquele espaço, o virtual, não houvesse outra opção a não ser a de estar sempre bem”, explica a psicoterapeuta.

Veja abaixo quais são os pontos positivos e negativos do uso das redes sociais, elencados pela psicoterapeuta Maura de Albanesi.

Os pontos positivos são:

1 – Ajudam a manter os relacionamentos, mesmo à distância: No dia a dia, que é muito corrido, uma simples mensagem alivia a angústia da separação. Uma conversa por vídeo, por exemplo, é uma boa opção para aqueles casais que moram longe um do outro. O contato visual, mesmo que pela tela de um dispositivo móvel, já é suficiente para diminuir a saudade.
2 – Suscitam o sentimento de “fazer parte” de um contexto ou relação: Por meio de comentários, curtidas e compartilhamentos o indivíduo encontra uma forma de se fazer presente, interagindo com seus amigos e seguidores. Existem diversos grupos que são formados a partir de gostos e interesses parecidos e isso colabora na construção da identidade.
3 – Facilitam a expressão do que se sente e pensa: O compartilhamento de textos, fotos, vídeos e imagens é uma forma saudável de se expressar. Essa é uma oportunidade de compartilhar experiências e opiniões.
4 – Dão a oportunidade de pensar antes de reagir: Na comunicação verbal a reação é instantânea, enquanto que na comunicação virtual escrita temos mais tempo para pensar antes de agir. Essa possibilidade diminui as chances de cometer certos constrangimentos.
5 – Estimulam a criatividade: Muitas pessoas usam o seu perfil na rede para se expressar e essa abertura, proposta pelas redes sociais, dá ao jovem a oportunidade de mostrar o seu talento. A agilidade da internet, das interações, com respostas instantâneas geram no indivíduo o estímulo de criar novos conteúdos, com objetivo de agradar os amigos e conquistar mais seguidores, o que consequentemente agrada a si mesmo.

Os pontos negativos são:

1 – Sensação de solidão: A redes sociais acabam oferecendo um relacionamento superficial onde, muitas vezes, não há um aprofundamento das relações. A pessoa busca intimidade, porém há uma capa de superficialidade que não permite uma interação mais profunda, ou seja, a relação para num certo ponto. A verdadeira dor e a angústia acabam não sendo compartilhadas.
2 – Perda de tempo sem perceber: O usuário usa o tempo livre que tem para bater papo no Facebook e Twitter, ou então ver fotos no Instragram. No entanto, o que ele não percebe são os segundos preciosos que gastou. São minutos e horas que poderiam ser utilizados em outras atividades, mais produtivas e instigantes que acabam sendo empregadas às curtidas e compartilhamentos desnecessários.
3 – Aumento da fofoca: Gasta-se tempo e energia verificando o que o outro está fazendo, comprando, comendo ou assistindo, uma espécie de Big Brother virtual. Ao invés de cuidar de sua própria vida, de si, o foco fica no outro.
4 – Estimulo à inveja: Muitos conteúdos compartilhados são sobre bons momentos, festas, viagens a lugares lindos ou um jantar num bom restaurante, entretanto nem sempre quem vê estes posts está desfrutando dessas maravilhas. É aí que surge a inveja por não estar na mesma condição que o outro. Esse sentimento não é ruim, o problema se dá em como a pessoa encara a situação.
5 – Criam barreiras para a socialização física: A pessoa tímida recorrerá às redes sociais para se expor, porém, dependendo do grau de timidez, o indivíduo pode usá-las como o único canal para interagir com as pessoas, fugindo da exposição face a face. Este distanciamento não é saudável.

 

Fonte: Maura de Albanesi é Psicoterapeuta, Pós-Graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia de Vivências Passadas (TVP), Terapia Artística e Psicoterapia Transpessoal, além de possuir Mestrado em Psicologia e Religião pela PUC. www.nucleorenascimento.org.br