Para indústria, resultado está aquém do esperado

A Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (Abinee) divulgou nesta quinta-feira, 08, os resultados do 2º trimestre de 2011.

O maior crescimento, em faturamento, foi o do segmento de Equipamentos Industriais, com alta de 22%. Em seguida (21%), veio o de Telecomunicações, seguido por Automação Industrial (15%), Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica – GTD (11%) e Informática (10%). O pior desempenho foi de Componentes, que registrou queda de 1% no segundo tri, contra crescimento de 8% no 1º trimestre. O fato foi atribuído ao baixo crescimento na área de Utilidades Domésticas e aumento de importações de bens finais eletroeletrônicos.

No acumulado do primeiro semestre, o faturamento da indústria eletroeletrônica cresceu 11%, comparado com período equivalente de 2010. O crescimento, no entanto, foi menor do que o esperado pelos empresários do setor. O motivo foi a contínua desvalorização do dólar em relação ao real, que chegou a 9% no primeiro semestre.

Enquanto o mercado interno de componentes elétricos e eletrônicos cresceu 2%, as importações, em reais, subiram 4%, comprovando queda de participação da indústria local. A tentativa da indústria local em se manter competitiva teve reflexos nos preços: os eletrônicos, no 1º semestre, tiveram queda de 11% nos preços, já os elétricos, aumentaram 5%. Segundo a Abinee, por conta tanto do maior valor de agregação local no sprodutos, quanto ao aumento dos preços dos insumos, especialmente commodities metálicas.

As maiores altas nas importações de Bens Elétricos, resultantes da valorização cambial, ficaram com Disjuntores GTD (104% de 2010 para 2011), seguida por Geradores (95%) e Isoladores (42%).

Na indústria de eletroeletrônicos os setores que mais se destacaram, no semestre, foram o de Automação Industrial e Equipamentos, respectivamente com 15% e 18% de incremento. O aumento de consumo foi o principal fator a influenciar o aumento no faturamento de Informática e Telecomunicações. A venda de PCs cresceu 17% e a de celulares, 25%. Os 7,46 milhões de computadores vendidos, no 1º semestre de 2011, colocaram o Brasil em 3º lugar no ranking mundial de vendas de PCs (graças, em parte, a incentivos governamentais a esse tipo de produto e à definição de uma Política Nacional para a banda larga).

Balança negativa

A indústria nacional continua perdendo participação nas exportações. Em dólares, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos cresceram 2% no 1º semestre, passando de US$ 3,6 bilhões para US$ 3,7 bilhões. No entanto, essa variação em reais significou variação de -7%, frente ao crescimento de 11% da indústria.

Mesmo assim, cresceram as exportações de equipamentos de Automação Industrial (39%), Componentes Elétricos e Eletrônicos (17%) e Equipamentos Industriais (35%).

Emprego e perspectivas

De dezembro de 2010 para o final de junho de 2011, o número de trabalhadores na indústria de eletroeletrônicos aumentou em 4,7 mil trabalhadores (174,7 mil para 179,4 mil). No primeiro trimestre houve aumento de contratações e a tendência no segundo foi estabilidade.

Os segmentos do setor preveem aumente no faturamento no 3º trimestre, no entanto, alguns esperam redução em relação ao mesmo período de 2010, entre elas Automação Industrial, Componentes elétricos e eletrônicos, GTD, Telecomunicações e, particularmente, Informática.

Para este ano, a indústria projeta faturamento de R$ 134,9 bilhões – 8% superior aos R$ 124,4 bilhões de 2010. Todas as áreas esperam crescimento, variando de 2% no caso de Utilidades Domésticas a 16%, para as Telecomunicações.