Pouco tempo depois de revelado pela BBC o escândalo de corrupção na Fifa que acabou respingando na CBF (relembre), a entidade máxima do futebol apareceu em outro esquema, desta vez evolvendo o Brasil, sede da próxima Copa do Mundo.

Reportagem de Filipe Coutinho e Fernanda Odilla para a Folha de S.Paulo mostra que a Fifa pressionou as cidades-sede do torneio a ajudar na escolha de empresas patrocinadoras da entidade em licitações, caso da uma fábrica de brindes, uma empresa de energia solar e uma seguradora.

Documentos assinados pelo diretor da marketing da Fifa no Brasil, Jay Neuhaus, confirmam o lobby em nome da Fifa e do COL (Comitê Organizador Local). O aviso é claro em favor da ADM na confecção de brindes: ou a cidade decide em favor da empresa ou terá de pagar a taxa de 17% para licenciamento e ter direito a escolher outra.

Mesmo sabendo que a legislação obriga as cidades a optarem, por meio de licitação, pela empresa que oferecer mais vantagens, a Fifa não arredou o pé. “Esperamos ter a cooperação de vocês em adotar a ADM. Nós entendemos que as sedes, por serem entidades públicas, estão atreladas aos processos de licitação, porém esperamos encontrar uma forma de garantir que a ADM sempre faça parte deste processo”, comentou Neuhaus, em e-mail encaminhado em abril.

Em janeiro, o consultor do COL, Carlos de la Corte, fazia o mesmo apelo mas em nome da chinesa Yingli, que seria “alinhada” à Fifa. La Corte fala em nome do diretor-geral de marketing da entidade, Thierry Weil, segundo o qual ela “considera que os produtos da Yingli Solar podem ser a melhor solução para a eficiência energética dos estádios da Copa”.

Outra patrocinadora da Fifa recomendada é a Liberty Seguros, indicada como seguradora da Copa brasileira.