Engajamento e conteúdo original são a chave para o sucesso da comunicação digital
Cecile Freire Krüger*
Engajamento é uma palavra que não sai da boca de quem trabalha com comunicação. Quanto é possível engajar? Qual a porcentagem ideal? Quantos seguidores é preciso ter para ser “relevante”? Por que? Para quê?
Eu poderia apenas responder todas essas perguntas e muitas outras relacionadas a esse assunto, mas, com cada vez mais verbos estrangeiros sendo acrescentados ao nosso vocabulário e a necessidade de exemplos reais, aqui vai nosso case de sucesso: aumentamos em 775% a quantidade de seguidores do Instagram (@grupoexcom) em apenas uma semana. Foram 1.301.562 contas alcançadas, sendo que 99% delas não seguiam nosso IG. Foram 20.799 novos followers que chegaram à nossa página por meio de um post viral.
Vale ressaltar que neste caso trabalhamos um post viral não patrocinado. E nesta situação, uma taxa considerada ‘boa’ de engajamento é 1%, mas conseguimos ir além e atingimos um resultado excepcional, com engajamento da página que aumentou 331%. E não apenas da publicação em questão, mas com diversas outras que já haviam sido postadas anteriormente ou que vieram posteriormente. Os materiais ganharam notoriedade até mesmo por influenciadores Top20 nacionais, como Flávia Pavanelli, Géssica Kayane e Lore Improta. Em apenas 30 dias, passamos de 2.684 para 25mil seguidores
E aí vem a pergunta principal: do que se tratava?
Sobretudo, conteúdo. Conteúdo original, que parte de uma premissa de observação e captação de resultado e que se torna referência para outras pessoas. Nesse caso, explicava o porquê da opção ‘salvar’ ser a melhor interação do Instagram e entre as respostas estava: porque “prova que você realmente está agregando conteúdo para sua audiência”. Mais de 276 mil pessoas curtiram o post, 151 mil compartilharam, nove mil comentaram e quase 100 mil salvaram.
Isso prova que não só o conteúdo é, no mínimo, relevante, como é preciso encontrar um caminho em que a empresa se destaque e apresente diferenciais de informação para o público atual e os futuros visitantes da página. É preciso, mais do que apenas produzir por produzir, é necessário entender quem é potencial consumidor do que está sendo dito e qual a importância desses dados.
Desde que as redes sociais surgiram e foram ganhando força, lá em meados dos anos 2000, nós, comunicadores, já deveríamos saber: isso iria mudar a forma como produzimos e divulgamos conteúdo. Não deu outra. O relatório Global Digital Statshot 2019 afirma que 3,5 bilhões de pessoas no mundo têm cadastro em redes sociais (quase metade da população mundial!) e o Brasil é o segundo país do mundo que mais passa tempo consumindo conteúdo dessas ferramentas digitais (são cerca de 225 minutos por dia!), de acordo com um estudo de 2019 da GlobalWebIndex.
Ou seja, há muita gente no Brasil e no mundo que está preparado para ser atingido por conteúdo de qualidade e informação relevante. Mas, as agências de comunicação e as empresas, de modo geral, que acreditam no poder das redes sociais e se dedicam a entendê-las, saem na frente.
Estou na jornada da comunicação desde 1995 e na comunicação digital desde 2012, mas ainda há muito a ser absorvido e desenvolvido. O mundo muda todos os dias, ainda mais nas plataformas online. Cabe a nós enxergarmos como nos apropriarmos dessas constantes alterações e como podemos transformar nossos negócios e colocar nossos clientes em evidência através de um trabalho consistente de comunicação.
*Cecile Freire Krüger é jornalista e diretora do Grupo Excom, agência de comunicação 360º em Curitiba que completou 25 anos em 2020.