Modelos compactos com lentes intercambiáveis surgem como nova aposta do mercado, mostra estudo da GfK RT
As vendas de câmeras digitais nos Brasil apresentam tendência de crescimento, e aumenta a busca do consumidor por novos produtos e funcionalidades. É o que aponta uma auditoria realizada pela GfK Retail and Technology, a 4ª maior empresa de pesquisa de mercado do mundo e líder em estudos no ponto de venda para os segmentos de tecnologia e eletroeletrônicos.
Neste ano, estima-se que as vendas de câmeras digitais cresçam 31% em volume no Brasil, ante um aumento de 3,6% no mundo. Pelo segundo ano seguido, o país aumenta sua importância no mercado mundial de câmeras. Nesse cenário, dominado por câmeras com lentes fixas, as máquinas compactas que permitem a troca de lentes (CSC) aumentam sua importância.
As vendas dessas câmeras representavam 1% do volume de unidades vendidas no mundo em 2010, e no acumulado de 2011 (até agosto), 2%. As lentes fixas ainda são larga maioria nas vendas deste ano (88%), seguidas das câmeras profissionais (10%).
Já no Brasil, mesmo com o crescimento de outros segmentos, as câmeras com lentes fixas ainda representam 98,7% do mercado. De acordo com a GfK RT, os equipamentos com lentes intercambiáveis respondiam, em 2010, por 0,1% do segmento de câmeras digitais, passando para 0,5% em 2011.
“Há uma grande oportunidade para as câmeras compactas com lentes intercambiáveis, as chamadas semiprofissionais, já que elas atendem a um público em busca de mais recursos, mas não necessariamente pronto para operar câmeras profissionais”, afirma Alex Ivanov, Gerente de Negócios IT e Foto da GfK RT.
Um dos fatores que explica o ganho de importância das câmeras compactas com lentes intercambiáveis ante as câmeras profissionais é o aumento da competitividade em preço. No Brasil, a diferença de valor entre elas passou de 3% (em 2010) para 45% (de janeiro a agosto deste ano).
Câmeras X Celulares
Apesar do crescimento das vendas de câmeras digitais no Brasil e no mundo, a comercialização de telefones celulares com câmera ainda predomina no mercado de captura de imagens.
Dentre as categorias que compõem esse mercado, desde 2009, os celulares respondem por 89% das vendas no mundo, e as câmeras digitais, por 10%. A fatia restante, de 1%, corresponde às filmadoras.
O mesmo acontece no Brasil, onde a importância dos celulares na captura de imagens aumentou em 2011 na comparação com 2010: de 89,7% para 90,9%.
Mas o fenômeno não significa que os telefones vão ocupar o lugar das câmeras digitais, segundo Ivanov. “Os celulares registram as situações emergenciais, e as câmeras os eventos que se quer guardar de recordação com qualidade de imagem, como um casamento ou um show. Além disso, a quantidade de pessoas que hoje posta fotos nas mídias sociais, como Facebook, faz com que os usuários queiram se diferenciar na multidão. Por isso, muitos acabam investindo em equipamentos mais elaborados.”
Mercado concentrado
Apesar da queda na quantidade de modelos diferentes de câmeras digitais no Brasil (-17%, entre 2010 e 2011, para 410), poucas marcas são responsáveis pela maior parte das vendas.
A quantidade de marcas passou de 39 para 36, mas apenas as cinco principais ocupam 80% do mercado de câmeras digitais, um alto índice de concentração.
O canal que mais cresce é o de autosserviços, no qual ocorrem pouco menos de um terço das vendas – o volume saltou de 22% para 27% entre 2010 e 2011.
“O canal generalista ganha a preferência do consumidor basicamente pela queda de preço e a facilidade de comprar a crédito parcelado”, afirma Ivanov.
O estudo destaca ainda o aumento da importância da região Nordeste no mercado de câmeras digitais nos últimos anos. Com o crescimento da classe C, passou dos 12% de representação nacional, em 2009, para 19% em 2011.