Crie uma promoção, reúna milhares de pessoas por meio de internet e ganhe dinheiro com isso. Parece uma estratégia óbvia de venda, mas ninguém tinha pensado nisso no Brasil até poucos meses atrás. A proposta que se tornou tangível aos olhos dos internautas surgiu da inspiração de Andrew Mason, que lançou em 2008 o Groupon – primeiro site de compras coletivas da internet.
No Brasil, a tendência chegou no início de 2009 pelas mãos de Julio Vasconcellos – sócio do Peixe Urbano. A ideia, desenvolvida em parceria com mais dois amigos – Emerson Andrade e Alex Tabor -, foi inspirada no modelo americano, com o objetivo de mobilizar os internautas para trazer benefícios reais à sociedade.
Na prática, o sistema oferece promoções com descontos de 50% a 90% em restaurantes, spas, teatros, lojas, entre outras ações. Entretanto, para que a oferta seja válida, um número mínimo de compradores precisa ser atingido. E é aí que as redes sociais mostram seu poder.
Segundo Vasconcelos, o consumidor brasileiro gosta desse mercado de compras. “Temos equipes em cada cidade que vai atrás dos melhores clientes, trabalha junto com os parceiros e procura a melhor oferta. A divulgação é feita pelos próprios internautas, que usam as redes sociais para compartilhar as promoções com os amigos”.
O empresário, que conheceu a ferramenta enquanto estava fora do país, acredita que o novo modelo tende a beneficiar cada vez mais as marcas, parceiros e clientes. “Em cinco meses, foram mais de 400 promoções realizadas que geraram para os consumidores brasileiros uma economia de mais de R$ 20 milhões”.
“A divulgação ‘boca-a-boca’ na rede refletiu em 1 milhão de usuários cadastrados”, relata. O momento é de validação do mercado, segundo Vasconcellos. “Outros sites estão surgindo e isso é positivo, a ideia foi bem aceita”.
O novo modelo de e-commerce já colocou na praça mais de 30 portais de compras coletivas. Marcelo Macedo, presidente do ClickOn – que chegou a São Paulo em maio -, prevê que o futuro dos investimentos na internet serão voltados para portais transacionais.
“Quem deseja montar um site nos dias de hoje deve perceber que a publicidade não pode ser a principal fonte de receita”, explica. Macedo ressalta ainda que a nova proposta não depende inteiramente da internet e que uma das principais características é tirar as pessoas da web e levar para o mundo real.
A expansão desse segmento colocou a disposição dos internautas o portal Zipme, que engloba 31 sites de clube de compras, no qual o usuário pode conferir todas as promoções filtrando por cidades – são vinte cadastradas – ou por categorias.
Fonte: Nathália Carvalho
