ASEPTIC e a liberdade perdida

Assista: http://vimeo.com/rafaelkent/aseptic

A Avenida Paulista, um dos principais marcos geográficos, financeiros e turísticos da cidade de São Paulo, se apresenta impressionantemente vazia em “ASEPTIC”, filme produzido pela CAVE e protagonizado por Rubens Oliveira. O filme faz alusão à necessidade de isolamento social e esterilização constante, como únicas alternativas possíveis para evitar o contágio pela COVID-19.

A situação atual é emergencial e exige ações rápidas e precisas e, por isso, Rafael Kent, diretor do filme, valeu-se do discurso histórico do ativista norte-americano Larry Kramer quando, em 1991, comparou a rápida propagação do HIV a uma praga. “Assim como naquela época, sobram informações truncadas e faltam políticas públicas para lidar com a pandemia. A responsabilidade individual e ao mesmo tempo social são essenciais para evitar o contágio e a disseminação ainda maior de pandemias”, informa Kent.

Se Kramer dá o tom de urgência, a fotografia, permeada de paradoxos, remete ao contexto atual: nas reflexões que a sombra traz, surge a esperança da luz. Das pausas profundas e solitárias, seguem os movimentos intensos e catárticos que convidam a se libertar das amarras e valorizar a vida plenamente, apesar da perda de liberdade e insegurança atual. Junte isso à força da trilha produzida por Ubunto, produtor e DJ baiano que tem como “Atlântico” a música contemporânea que se entrelaça à dança tribal e ancestral, improvisada por Rubens. A linguagem urbana do concreto e do asfalto se somam às fontes serifadas do universo literário, que marcam a citação perturbadora de Albert Camus, em “A Peste”, e que encerra o filme.

Ficha técnica

Produtora audiovisual: CAVE | www.cave.tv.br

Direção e edição: Rafael Kent

Produção executiva: Rafael Marquez e Tânia Assumpção

Trilha: Atlântico por Ubunto

Coreógrafo e bailarino: Rubens Oliveira

Direção de fotografia: Luiz Maximiano

Direção de arte: Pedro Reis

Pós-produção: Gafanhotto Post

Color grading: Acauan Pastore