O diário britânico ‘Financial Times’, uma das publicações econômicas mais influentes em nível mundial, acrescentou um novo capítulo na briga entre desenvolvedores e distribuidores de conteúdo para tablets e smartphones, como a Apple e o Google.
As duas gigantes do setor de informática possuem suas próprias plataformas ou “lojas” (as “app stores”) para alimentar a nova geração de aparelhos eletrônicos, o iTunes e o Android Market, respectivamente. Essas plataformas abastecem os aparelhos com os chamados “apps”, programas de computador que vão desde jogos simples até sofisticadas ferramentas para edição de imagem, por exemplo.
Mas hoje o periódico inglês lançou seu próprio “app”, disponível para ser baixado diretamente pelo site do jornal, e que pode ser executado em diferentes aparelhos como o iPhone e o iPad, da Apple, ou o tablet Galaxy, da Samsung.
Em geral, as empresas que editam revistas e jornais distribuem seus produtos por meio das plataformas da Apple e do Google, que cobram taxas sobre cada edição vendida, o que gera reclamações entre os desenvolvedores de conteúdo. Também há queixas no sentido da Apple não compartilhar informações sobre a identidade ou comportamento dos usuários dessas plataformas.
Rob Grinshaw, diretor administrativo do site do Financial Times (FT.com), disse que a empresa não tem planos de cortar os laços com as lojas de “apps”, mas que tem planos de encorajar essa venda direta aos usuários através do site, usando até mesmo uma semana de acesso gratuito.
Para analistas, a iniciativa do FT pode encorajar outras empresas jornalísticas a usar os mesmos meios para distribuir seus produtos. Muitos ressaltaram, no entanto, a simplicidade de uma plataforma como o iTunes, que dispõe dos cartões de crédito de 225 milhões de usuários e a possibilidade de baixar conteúdo com um ou dois cliques.
O jornal britânico já possui uma base de 224 mil assinantes de sua versão digital, sendo que 15% dos novos leitores foram agregados a partir da nova geração de computadores portáteis.