O Brasil recebeu na última sexta-feira, 27, a segunda versão do tablet da Apple, o que não significa que o aparelho tem condições de se popularizar rapidamente por aqui. Um levantamento realizado pelo professor de economia Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, a pedido do Estadão, mostra que o país tem o iPad 2 mais caro do mundo.
O Brasil sustenta o topo de um ranking feito entre 12 países, com o iPad 2 básico ao custo de R$ 1.649. Os Estados Unidos, que aparecem em último – onde é vantajoso comprar -, vendem o gadget a R$ 805. A lista tem ainda França (R$ 1.111), Espanha/Portugal/Itália/Alemanha (R$ 1.098), Inglaterra (R$ 1.050), Austrália (R$ 998), México (R$ 975), China (R$ 922) e Japão (R$ 888).
As taxas que incidem sobre o tablet da Apple são apontadas como principais causadores dos altos valores praticados no Brasil. Antes de chegar ao consumidor, o iPad 2 passa por uma bateria que inclui IPI (20%), ICMS-SP (18%), Cofins (7,6%), PIS (1,65%) e outros (7,42%), ou seja, 54,67% do valor – ou R$ 902 – é imposto. Sem isso, o tablet sairia por R$ 747.
Outro agravante é a renda média do brasileiro, que fica em R$ 1.577 e com a qual não é possível comprar o aparelho mesmo se a pessoa guardar o dinheiro todo do mês. Com o salário mínimo, que está em R$ 540, só daria para comprar 0,33 iPad – isso, claro, se a pessoa ignorar todas as contas habituais, como água, luz e telefone.