Iniciativa visa apoiar movimento que começou nos EUA onde profissionais da saúde imprimiram fotos de seus rostos e colaram nos equipamentos de proteção individual, humanizando o atendimento e proporcionando mais conforto aos pacientes
Quando um paciente é diagnosticado com Covid-19 e chega ao hospital, ele não pode mais receber visitas nem ter contato com outras pessoas. Até médicos, enfermeiros e toda a equipe de saúde devem manter distância, interagindo apenas através de camadas de proteção, os equipamentos de proteção individual com máscaras, óculos, luvas, toucas e diversos protocolos de segurança. A única coisa que o paciente consegue ver, em alguns casos, são os olhos do profissional. Logo, não é possível mostrar nenhuma expressão, sorriso ou sentimento durante o atendimento.
A situação é desafiadora tanto para o paciente quanto para o profissional de saúde que muitas vezes se sente impotente. “Os pacientes não têm direito a ver nenhum familiar, veem toda a equipe com a mesma roupa, com a máscara, com tudo coberto, ou seja, sem acesso ao rosto. E agora, por meio do projeto, eles têm”, conta a enfermeira do hospital de campanha do Anhembi, Caroline dos Santos.
Pensando justamente em humanizar o atendimento e contribuir para a melhora mais rápida dos pacientes, um médico dos EUA teve a ideia de imprimir a foto de seu rosto sorrindo e colá-la em seu uniforme. A ideia viralizou e outros profissionais de saúde aderiram à ação.
A Canon do Brasil acredita no poder da imagem e como ela pode ser importante no auxílio ao tratamento contra o novo coronavírus. Por isso, a multinacional japonesa abraçou essa ideia para que ela também ganhasse corpo no Brasil. Foi então criado o projeto “#CompartilheUmSorriso”, que consiste na doação pela Canon do Brasil de impressoras, câmeras e blocos de papel fotográfico para fazer a iniciativa acontecer também no Brasil.
“Quando ouvimos sobre o projeto, imediatamente aderimos à ideia de trazer mais sorrisos neste período estressante na luta contra este vírus”, conta o Simone Dantas responsável pela comunicação do hospital. Ela afirmou que irá levar a ideia para dois outros hospitais de São Paulo.
“O foco principal deste projeto é a humanização no atendimento. A Canon, como uma marca que vive a imagem intensamente, acredita no poder transformador que uma fotografia pode ter. É uma gota de esperança para os pacientes já que, ao serem diagnosticados com a doença e entrarem no hospital, eles perdem o contato com o exterior. Uma foto faz toda a diferença. Agradecemos os profissionais de saúde que são verdadeiros heróis na linha de frente em vários hospitais espalhados pelo país”, afirma Manuela Nobre, gerente de Marketing da Canon do Brasil e idealizadora do projeto.
De fato, o sorriso está presente em diversos tratamentos por ter um poder enorme sobre o corpo e a mente. Vários projetos internacionais que trabalham em hospitais usam o humor e o sorriso para ajudar no tratamento de crianças e adultos. “Neste momento é ainda mais importante já que os pacientes vivem sob a incerteza do futuro. Além disto, a internação hospitalar no caso do Covid-19 é assustadora, pois o paciente chega em um ambiente desconhecido, lutando contra um vírus que ainda deixa muitas dúvidas, sem amigos ou familiares para confortá-lo. Deixar o tratamento o mais humanizado possível, mesmo que um detalhe como uma foto impressa em um uniforme, traz paz ao paciente e pode contribuir sim na luta dele contra a doença”, afirma a psicóloga Rosângela Casseano.
“Com essa foto o paciente sabe com quem está falando, então isso traz uma aproximação, uma humanização pro atendimento e tudo isso é muito importante no tratamento de uma doença onde você precisa tocar pouco, que você tem pouco contato e aproximação. Então é um projeto muito grandioso que humanizou mais nosso hospital”, conta a Dra. Tassiana Sacchi.
“A gente também usa máscara o tempo todo, né. Isso é ruim, não poder ver os médicos, mas agora sim. Ela é linda (fazendo referência à enfermeira). Estava escondendo essa beleza toda”, diz sorrindo a paciente que luta contra o Covid-19, Isa de Faria Bitencourt.
Para Tonm de Andrade Santos a iniciativa é muito boa para todos os pacientes. “Estamos aqui em tratamento e não conseguimos ver quem nos atende. Agora, com a foto colada no uniforme, sabemos exatamente como é a pessoa, é muito legal”, conta.
“Esperamos que o projeto inspire outros profissionais da saúde em outros hospitais. É a mensagem de como um simples gesto pode fazer uma diferença enorme”, finaliza Manuela Nobre.
Segue a lista de hospitais que receberam doações:
SÃO PAULO |
Instituição |
Hospital Municipal de Campanha de Combate ao Coronavírus no Anhembi |
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo |
Hospital São Paulo |
RIO DE JANEIRO |
Instituição |
Centro Hospitalar Para a Pandemia do Instituto Nacional de infectologia Evandro Chagas – FIOCRUZ |
Hospital Municipal Ronaldo Gazolla – Acari (Referência) |
Hospital Federal de Bonsucesso (Referência) |
MINAS GERAIS : |
Instituição |
Hospital Eduardo de Menezes-HEM (só atende casos suspeitos de covid-19) |
Centro Especializado em COVID-19 (CECOVID) |
AMAZONAS : |
Instituição |
Hospítal Nilton Lins (de combate a covid) |
Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz (de referência) |
PARÁ : |
Instituição |
Hospital Regional Abelardo Santos |
Fundação Santa Casa de Misericordia do Pará |
Hospital Regional do Baixo Amazonas |
Hospital de Campanha de Belém (Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Hangar) |
RIO GRANDE DO SUL: |
Instituição |
Hospital Nossa Senhora da Conceição |
Hospital de Clínicas de Porto Alegre-HCPA |
PERNAMBUCO |
Instituição |
Hospital Provisório Recife (HPR) 2 (HOSPITAL DE CAMPANHA) |
O Hospital de Referência Covid-19 (Antigo Hospital Alfa) |
BAHIA |
Instituição |
Hospital Espanhol (Unidade de Tratamento de combate ao covid-19) |
BRASÍLIA |
Instituição |
Hospital Regional da Asa Norte (Hran) |
|