Propaganda, que já teve processo arquivado no Conar, está gerando mobilização na internet e acusações de incentivo à violência sexual

Depois da recente polêmica com uma peça publicitária dos preservativos Prudence, um comercial da cerveja Nova Schin, da Schincariol, também está gerando mobilização na internet, sob acusações de incentivar a violência sexual contra a mulher. Usuários do Facebook, do Twitter e do Youtube protestam contra o filme “Homem Invisível” (veja a seguir).

Na propaganda, um grupo de amigos está reunido em um quiosque, na praia, enquanto observa as mulheres das redondezas. Um deles comenta: “Já pensou se a gente fosse invisível?”.

Após isso, duas mulheres que caminham em direção ao mar sentem que são tocadas pelas costas e gritam. Em outras cenas do filme, algumas mulheres saem correndo de um vestiário, invadido pelos “homens invisíveis” retradados no comercial.

O filme foi lançado originalmente em fevereiro, e está sendo veiculado atualmente na TV. No canal da Nova Schin no Youtube, a propaganda tem cerca de 23 mil visualizações e já recebeu quase 500 classificações negativas, contra cerca de 60 positivas.

No Twitter, a hashtag #NovaSchinIncentivaEstupro foi criada. No Facebook, um manifesto que já aproxima dos 600 comentários e passou de mil “likes” pede a retratação da marca. “Tirar a roupa de uma mulher sem o seu consentimento – e em público – é abuso sexual e é crime”, diz o protesto.

“Exigimos que essa frase seja publicada junto a retratação da empresa para que seus clientes, em especial os homens, sejam educados a respeito do que é abuso sexual e do que não se pode fazer contra uma mulher”, completa.

A campanha contra o comercial cita ainda o artigo 213 do Código Penal: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Alterado pela L-012.015-2009); Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.”

Procurada por EXAME.com, a Schincariol enviou a seguinte nota:

“A Schincariol conduz seus negócios com respeito à dignidade de cada indivíduo. Sendo assim, a empresa esclarece que não houve intenção de ofender qualquer pessoa em seu filme publicitário “Homem Invisível”.

De acordo com o Conar, o Conseho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o comercial em questão foi alvo da abertura de um processo no dia 13 de março desde ano pelas mesmas razões que motivam os protestos na internet nos últimos dias. Levado ao Conselho de Ética do órgão no dia 5 de julho, foi julgado e arquivado por maioria de votos.

Fonte: Exame